Engenharia Clínica e a relação da área tecnológica com a saúde
Profissão se destaca na prevenção de doenças, inclusive no Outubro Rosa
À medida que surgem variações de doenças e males que afetam o corpo humano, a Ciência e a Tecnologia também avançam na tentativa de promover longevidade, qualidade de vida e cura. Uma modalidade, em especial, faz diferença neste assunto, a Engenharia Clínica.
“O objetivo da profissão é garantir que os equipamentos de saúde estejam em condições de segurança para serem utilizados”, explica o Eng. Rodolfo More, diretor executivo da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis), entidade que congrega órgãos acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Rodolfo conta que, dentro do ambiente hospitalar, são diversos os recursos mecânicos, elétricos, hidráulicos e computacionais que requerem a manutenção e atenção de profissionais capacitados. “Quando um paciente precisa fazer uso de algum aparelho, do mais simples, como aferidor de pressão arterial e termômetro, até os mais complexos, como tomógrafo, é a Engenharia Clínica que garante que os mesmos estão disponíveis e em condições de desempenho com segurança”, detalha.
“É uma atividade que poderia ser exercida por outros engenheiros, como os de Segurança do Trabalho?”, levanta a questão e, logo em seguida, justifica. “Até poderia, porque os equipamentos de saúde estão distribuídos entre outras Engenharias, mas é a visão sistêmica de um profissional que entende o ambiente hospitalar, por conhecer especificamente os aparelhos, aplicabilidades, nuances e contextos em que estão inseridos, que oferece maior controle das variáveis, aprimorando o funcionamento para que todas as partes envolvidas (médicos e pacientes) tirem o melhor proveito”, defende More.
Inovação que protege
Uma profissional que exemplifica o potencial singular da modalidade é a Eng. Nicole Holsbach, 1ª Tenente do Exército Brasileiro (EB) da 3ª Região Militar. Ela atua especificamente na Engenharia Clínica do EB e relata que, entre outras funções, o engenheiro que atua na área deve fazer previsões dos equipamentos mínimos necessários para preparar um serviço assistencial de saúde conforme previsto em legislação. “Esse é o nosso ponto de partida, com base nas políticas públicas”, afirma.
Em razão da campanha de prevenção e conscientização dos cânceres de mama e de colo de útero durante o Outubro Rosa, Nicole cita inovações feitas para ampliar o sucesso do diagnóstico e tratamento das doenças. “Os softwares de análise de imagens estão evoluindo com a Inteligência Artificial. Com as imagens digitalizadas, é possível a utilização de ferramentas de medição, ajuste de brilho e contraste, zoom digital, comparação com exames anteriores e acompanhamento por até 20 anos de exames de pacientes”.
No caso das mamas, a mamografia é a análise preconizada pelo Ministério da Saúde para o rastreamento de câncer. Algumas mulheres, no entanto, reclamam da dor que sentem ao fazer o exame e não é incomum encontrar aquelas que o descartam e evitam fazer por esse problema. O alerta da engenheira para esses casos é sério. “O princípio de funcionamento do mamógrafo faz necessária a compressão das mamas. Mas, se o equipamento estiver devidamente calibrado, não causa dor, somente um desconforto. Por isso é importante ter um controle de qualidade”, pontua.
Para isso, a Engenharia Clínica também tem respostas. “É função e dever do engenheiro clínico, na atuação da profissão, zelar para que os equipamentos de diagnóstico estejam funcionando com total capacidade de identificação da doença no momento mais precoce possível. Não adianta que todas as campanhas de prevenção aconteçam, se uma paciente for ao estabelecimento de saúde e o equipamento não estiver funcionando satisfatoriamente. Então, o nosso papel é esse, não só em outubro, mas em todo tempo”, reforça More. A mamografia é considerada um exame seguro que comprovadamente diminui a mortalidade do câncer de mama pela detecção precoce.
Produzido pela CDI Comunicação
Fonte: Crea-SP